domingo, 18 de novembro de 2007

FÉRIAS, OBRAS E MISSÃO


No mês de Agosto, o Padre Lázaro esteve de férias em Quelimane junto das crianças acolhidas pelo projecto “Mesa de S. Lázaro”. Com alegria, constatou que estão mais saudáveis, embora ainda não lhes sejam servidas refeições todos os dias. Acompanhou de perto os trabalhos do pavilhão em construção. Já foram colocadas quase todas as janelas e portas, faltando compor as casas de banho e a pintura. Houve também necessidade de mandar construir um forno a lenha.
O Padre Lázaro informa-nos que o Projecto “Mais Moçambique p’ra Mim”, sedeada no Maputo, garantiu ajudar a construir um pequeno refeitório e a cozinha. E com a maior alegria também comunica que a “Mesa” já foi constituída Associação de Utilidade Pública, o que poderá tornar mais fácil os contactos com algumas instituições.
Duas jovens enfermeiras, Margarita Gomez (espanhola) e Joana Inês Fernandes (portuguesa), pediram insistentemente para fazer “missão” em Quelimane, por um mês, junto das crianças da “Mesa”. Apesar de ainda não haver condições para as acolher, o Padre Lázaro cedeu à sua generosa “teimosia”. Lá partiram no dia 2 de Outubro e já comunicaram que foram bem recebidas e que estão a trabalhar com entusiasmo. O Padre Lázaro garante que num futuro breve, finalizadas que estejam as instalações, serão organizadas “missões” após um caminho de preparação e formação.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

terça-feira, 11 de setembro de 2007

INICIATIVAS


Antes de lançarmos o projecto, uma das atitudes que tomámos foi de tentar superar a timidez e o “medo” de sermos considerados como mais uns pedinchas do Terceiro Mundo. Começámos por dar a conhecer o projecto oralmente e de modo personalizado a alguns amigos e pessoas mais próximas. Seguidamente, elaborámos um desdobrável de divulgação no qual delineávamos o que foi feito, o que pretendíamos e indicávamos a ajuda monetária como a forma mais fácil.

À medida que foi sendo conhecido o projecto, alguns amigos em Portugal foram-nos surpreendendo com várias iniciativas:
Em 2006 a Beli, uma amiga com cerca de 84 anos de idade, lançou umas rifas de uma blusa bordada à mão;
A obra de S. Inês, composta de senhoras de idade senil que bordam e cosem roupinhas para ajudar crianças desfavorecidas, criaram um mealheiro, “o porquinho” para este propósito. A mesma iniciativa tomaram as Legionárias de Maria e os Vicentios da Paróquia do Campo Grande.
A Escola Avé Maria, através da professora Maria de S. Luis, teve um gesto muito bonito de fazer com que as suas crianças partilhassem generosamente com as crianças necessitadas de Quelimane;
Os nossos colaboradores Joaquim, Laura, Juan e muitos outros que se associaram a nós, organizaram os famosos “Jantares Solidários” no belíssimo recinto da escola Magestil nos anos de 2006 e 2007. Neste ano uma amiga pintou um quadro fabuloso e ofereu-o para ser rifado.
Alguns colaboradores dão sua generosa contribuição, mensal ou anualmente, no Advento ou na Quaresma e outros, ainda, dão-na esporadicamente. Há quem deia directamente o seu apoio e há quem deposite na nossa conta de forma anónima.
A nível comunitário, a Paróquia do Campo Grande deu um grande contributo, concedendo uma parte da renúncia do Natal de 2006 que foi aplicada para a cobertura do pavilhão em construção;
Das vendas do quiosque da Paróquia do Campo Grande, onde colaboram muitos jovens inseridos em vários projectos, a “Mesa de S. Lázaro” tem sido uma das beneficiárias;

Em Moçambique também alguns colaboradores tomam iniciativas quer em divulgação quer em contributo monetário e em produtos alimentares:
Os nossos amigos e colaboradores da casa ADA em Maputo fizeram um leilão de um quadro pintado pela Lena Torres e divulgam o projecto;
Em Quelimane algumas pessoas de boa vontade têm oferecido arroz, galinhas, frutas e outros produtos alimentícios.

Os nossos agradecimentos a todos os nossos colaboradores!

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Galeria

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LOCALIZAÇÃO

O projecto “Mesa de S. Lázaro” actualmente está localizado no Bairro Sinacura, na Rua das FPLM, n 695, nos arredores da cidade de Quelimane, na Província da Zambézia em Moçambique. Felizmente, o projecto conseguiu obter um talhão com o nº 446, com uma área de 2437,4066 m2, situado no 1º Bairro, no Posto Administrativo nº 1, na unidade de Sinacura, na Rua Acordo de Lusaka (1023), onde já iniciamos a construção de um pavilhão, que será futuramente uma das instalações da Mesa de S. Lázaro.

OS RESPONSÁVEIS


Os membros da “Mesa de S. Lázaro” têm experiência de 3 anos de trabalho no projecto de assistência às crianças carenciadas, órfãs e doentes crónicas.


É óbvio que não é pessoal altamente qualificado. A iniciativa, como se expôs acima, foi forçada pela situação de miséria extrema. Contudo, conta com duas profissionais: Amélia Alexandrina Sampaio, técnica de medicina, trabalha há 17 anos na Saúde, com boa experiência na área de pediatria e Filomena Gomes de Carvalho, assistente social e técnica de informática, com experiência há 8 anos. O Padre Lázaro Messias de Carvalho trabalhou mais de 10 anos nas regiões da Zambézia, com refugiados, deslocados, nas Comissões de Justiça e Paz, CEMIRDE (Comissão Episcopal para Migrantes, Refugiados e Deslocados), Integrador Social, como Superior de Missões e, ainda, no sector sócio-caritativo e animador de micro-projectos nas Paróquias e Missões onde trabalhou.

O QUE PRETENDEMOS FAZER?

Para que a Mesa de S. Lázaro possa ser um projecto de ajuda efectiva necessita-se ter instalações apropriadas.

É um dado incontestável a taxa crescente de orfandade, de mortalidade infantil, de má nutrição, de doenças crónicas que afectam as crianças em Quelimane. As instituições governamentais e ONG’s não conseguem dar vazão às situações lamentáveis de miséria. Torna-se imperiosa a ajuda ininterrupta em alimentação, em medicamentos, etc. Depois da experiência de dois anos de apoio às crianças, pretendemos dar continuidade a ajuda alimentar diária, a assistência médica e medicamentosa, o acompanhamento escolar e a integração social. Além disso, queremos apostar na formação dos pais, familiares ou encarregados das crianças nos aspectos de higiene, saúde e culinária.

Com as pequenas ajudas da iniciativa de um grupo de amigos e de pessoas singulares começamos a construir um pavilhão com 8 quartos, 1 arrumo e 2 quartos de banho, com as dimensões de 22,05m X 11,60m, sito no Bairro de Sinacura, na Rua Acordo de Lusaka (1023), com a área de 2437,4066 m2. Enquanto as instalações não estiverem concluídas, os membros do projecto querem continuar a envidar esforços para uma efectiva assistência às crianças, isto é, na alimentação diária e noutros cuidados de forma permanente e melhorar o alpendre. Pensa-se, ainda, em dar formação aos auxiliares e voluntários que irão trabalhar directamente com as crianças e proporcionar uma contínua actualização à equipa dirigente em questões de organização, saúde, alimentação, logística, etc.

AS REFEIÇÕES


Inicialmente servia-se apenas uma refeição por semana, mas actualmente dá-se duas refeições semanalmente, às quintas-feiras e aos sábados.


As refeições consistem: às quintas-feiras num lanche substancial a base de leite, salada, pão ou bolachinhas caseiras; aos sábados num almoço, servem-nas uma sopa nutritiva e um bom prato. Quando não há fundos reduz-se para uma refeição semanal.


Além das refeições, as crianças são assistidas na doença. Como dissemos, uma das responsáveis e assistentes é enfermeira. As crianças também são acompanhadas quanto ao aproveitamento escolar.

O QUE FAZEMOS?

Com a pequena ajuda monetária de benfeitores conseguiu-se construir um alpendre de paus, coberto com chapas de zinco, de modo que as crianças já não ficam ao relento, como acontecia no princípio.

O projecto iniciou com apenas 10 crianças, mas foi aumentando, por serem muitas as crianças carenciadas. Actualmente são 26 crianças assistidas regularmente – infelizmente não foram acolhidas outra em número elevado porque os recursos são diminutos – das quais 10 estão na idade escolar e as outras são menores. Destas 6 não estão ainda inscritas no Registo Civil. Algumas crianças são doentes crónicas, infectadas com HIV/Sida, 3 são órfãs (uma com 4, outra com 7 e outra com 9 meses). Estas constituem grande preocupação. Muitas outras crianças são assistidas esporadicamente e estão numa “lista de espera” para serem integradas efectivamente no projecto.

Inicialmente servia-se-lhes apenas uma refeição por semana, mas actualmente dá-se-lhes duas refeições semanalmente, às quintas-feiras e aos sábados. As refeições consistem: às quintas-feiras, num lanche a base de leite, salada, pão ou bolachinhas caseiras; aos sábados num almoço, serve-se-lhes uma sopa e um prato nutritivo. Além das refeições, as crianças são assistidas na doença. Como se disse, uma das responsáveis e assistentes é enfermeira. As crianças também são acompanhadas no aproveitamento e em material escolar.

A ESCOLHA DO NOME «Mesa de S. Lázaro»


“Mesa de S. Lázaro” foi o nome atribuído ao projecto. Mesa porque pretende ser o lugar de acolhimento, de aconchego e de irmandade. Em redor da Mesa onde todos se sentam e se sentem iguais, pois todos têm em comum a fome, fome de pão, de amor e esperam ser saciados da liberalidade de Deus e dos irmãos.


O patrono S. Lázaro é o onomástico do padre que impulsionou o projecto. O nome é bíblico: em primeiro lugar remete-nos ao amigo de Jesus, de Betânia. Era em casa de Lázaro e de suas irmãs, Marta e Maria onde Jesus e seus discípulos muitas vezes encontravam guarida, sentavam a mesa, tomavam refeições e retemperavam as forças depois de seu ministério intenso (cf. Jo 12,1-2;). Jesus já tinha dito «quem acolhe uma criança é a mim que acolhe» (Mc 9,37). Este projecto é uma tentativa de viver a proposta evangélica; a segunda referência bíblica é a parábola do pobre e chagado Lázaro que jazia às portar do lambão (Lc 16,19-31). O projecto pretende dar resposta às necessidades dos “Lázaros” (pobres) e não perder a chance de amar como fizera o folgazão e como fazem os actuais abastados e egoístas. Com o nome, o projecto pretende ser, efectivamente, a mesa dos pobres. Pobres são também aqueles que tomaram a iniciativa e servem os mais carenciado, acolhendo-os, assistindo-os, confeccionando as refeições e alimentando-os. Pobres são também todos que colaboram e contribuem de modo diverso neste projecto. É o espírito que vai animar a todos. Este serviço vai ser desempenhado com entusiasmo, por isso, seguimos o lema «há mais alegria em dar do que em receber» (Act 20,35)

ORIGEM DA MESA DE S. LÁZARO

A «Mesa de S. Lázaro» nasceu da consciência e sensibilidade face a vulnerabilidade, isto é, a situação de miséria em escala maior, de má nutrição, de doenças crónicas e orfandade de crianças de Quelimane – Moçambique.Amélia Sampaio, enfermeira e funcionária da Saúde, que todos os dias se confronta com casos arrepiantes de crianças doentes e mal nutridas, por iniciativas pessoal e com próprios recursos acudia esporadicamente as situações extremas de algumas crianças, confeccionando umas papas ou sopas nos Centros de Saúdes onde trabalha.

Em Outubro do ano de 2004, aquando das suas férias em Quelimane, o padre Lázaro Messias de Carvalho – que naquele período desenvolvia acções caritativas, mandando construir ou reabilitar algumas palhotas e dando outras ajudas a velhinhas pobres e desamparadas – numa conversa com a enfermeira e sua irmã Filomena Gomes de Carvalho, funcionária do INAS (Instituto Nacional de Acção Social) inteirou-se da situação das crianças, ficou comovido de tal modo que os três combinaram criar um projecto de ajuda às crianças do Bairro. O projecto arrancou imediatamente com as exíguas ajudas do padre Lázaro.

Quando o padre regressou a Lisboa, onde se encontra a fazer o Doutoramento em Teologia, deu a conhecer o projecto, algumas senhoras começaram a ajudar monetariamente e em roupinhas.