quinta-feira, 5 de julho de 2007

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LOCALIZAÇÃO

O projecto “Mesa de S. Lázaro” actualmente está localizado no Bairro Sinacura, na Rua das FPLM, n 695, nos arredores da cidade de Quelimane, na Província da Zambézia em Moçambique. Felizmente, o projecto conseguiu obter um talhão com o nº 446, com uma área de 2437,4066 m2, situado no 1º Bairro, no Posto Administrativo nº 1, na unidade de Sinacura, na Rua Acordo de Lusaka (1023), onde já iniciamos a construção de um pavilhão, que será futuramente uma das instalações da Mesa de S. Lázaro.

OS RESPONSÁVEIS


Os membros da “Mesa de S. Lázaro” têm experiência de 3 anos de trabalho no projecto de assistência às crianças carenciadas, órfãs e doentes crónicas.


É óbvio que não é pessoal altamente qualificado. A iniciativa, como se expôs acima, foi forçada pela situação de miséria extrema. Contudo, conta com duas profissionais: Amélia Alexandrina Sampaio, técnica de medicina, trabalha há 17 anos na Saúde, com boa experiência na área de pediatria e Filomena Gomes de Carvalho, assistente social e técnica de informática, com experiência há 8 anos. O Padre Lázaro Messias de Carvalho trabalhou mais de 10 anos nas regiões da Zambézia, com refugiados, deslocados, nas Comissões de Justiça e Paz, CEMIRDE (Comissão Episcopal para Migrantes, Refugiados e Deslocados), Integrador Social, como Superior de Missões e, ainda, no sector sócio-caritativo e animador de micro-projectos nas Paróquias e Missões onde trabalhou.

O QUE PRETENDEMOS FAZER?

Para que a Mesa de S. Lázaro possa ser um projecto de ajuda efectiva necessita-se ter instalações apropriadas.

É um dado incontestável a taxa crescente de orfandade, de mortalidade infantil, de má nutrição, de doenças crónicas que afectam as crianças em Quelimane. As instituições governamentais e ONG’s não conseguem dar vazão às situações lamentáveis de miséria. Torna-se imperiosa a ajuda ininterrupta em alimentação, em medicamentos, etc. Depois da experiência de dois anos de apoio às crianças, pretendemos dar continuidade a ajuda alimentar diária, a assistência médica e medicamentosa, o acompanhamento escolar e a integração social. Além disso, queremos apostar na formação dos pais, familiares ou encarregados das crianças nos aspectos de higiene, saúde e culinária.

Com as pequenas ajudas da iniciativa de um grupo de amigos e de pessoas singulares começamos a construir um pavilhão com 8 quartos, 1 arrumo e 2 quartos de banho, com as dimensões de 22,05m X 11,60m, sito no Bairro de Sinacura, na Rua Acordo de Lusaka (1023), com a área de 2437,4066 m2. Enquanto as instalações não estiverem concluídas, os membros do projecto querem continuar a envidar esforços para uma efectiva assistência às crianças, isto é, na alimentação diária e noutros cuidados de forma permanente e melhorar o alpendre. Pensa-se, ainda, em dar formação aos auxiliares e voluntários que irão trabalhar directamente com as crianças e proporcionar uma contínua actualização à equipa dirigente em questões de organização, saúde, alimentação, logística, etc.

AS REFEIÇÕES


Inicialmente servia-se apenas uma refeição por semana, mas actualmente dá-se duas refeições semanalmente, às quintas-feiras e aos sábados.


As refeições consistem: às quintas-feiras num lanche substancial a base de leite, salada, pão ou bolachinhas caseiras; aos sábados num almoço, servem-nas uma sopa nutritiva e um bom prato. Quando não há fundos reduz-se para uma refeição semanal.


Além das refeições, as crianças são assistidas na doença. Como dissemos, uma das responsáveis e assistentes é enfermeira. As crianças também são acompanhadas quanto ao aproveitamento escolar.

O QUE FAZEMOS?

Com a pequena ajuda monetária de benfeitores conseguiu-se construir um alpendre de paus, coberto com chapas de zinco, de modo que as crianças já não ficam ao relento, como acontecia no princípio.

O projecto iniciou com apenas 10 crianças, mas foi aumentando, por serem muitas as crianças carenciadas. Actualmente são 26 crianças assistidas regularmente – infelizmente não foram acolhidas outra em número elevado porque os recursos são diminutos – das quais 10 estão na idade escolar e as outras são menores. Destas 6 não estão ainda inscritas no Registo Civil. Algumas crianças são doentes crónicas, infectadas com HIV/Sida, 3 são órfãs (uma com 4, outra com 7 e outra com 9 meses). Estas constituem grande preocupação. Muitas outras crianças são assistidas esporadicamente e estão numa “lista de espera” para serem integradas efectivamente no projecto.

Inicialmente servia-se-lhes apenas uma refeição por semana, mas actualmente dá-se-lhes duas refeições semanalmente, às quintas-feiras e aos sábados. As refeições consistem: às quintas-feiras, num lanche a base de leite, salada, pão ou bolachinhas caseiras; aos sábados num almoço, serve-se-lhes uma sopa e um prato nutritivo. Além das refeições, as crianças são assistidas na doença. Como se disse, uma das responsáveis e assistentes é enfermeira. As crianças também são acompanhadas no aproveitamento e em material escolar.

A ESCOLHA DO NOME «Mesa de S. Lázaro»


“Mesa de S. Lázaro” foi o nome atribuído ao projecto. Mesa porque pretende ser o lugar de acolhimento, de aconchego e de irmandade. Em redor da Mesa onde todos se sentam e se sentem iguais, pois todos têm em comum a fome, fome de pão, de amor e esperam ser saciados da liberalidade de Deus e dos irmãos.


O patrono S. Lázaro é o onomástico do padre que impulsionou o projecto. O nome é bíblico: em primeiro lugar remete-nos ao amigo de Jesus, de Betânia. Era em casa de Lázaro e de suas irmãs, Marta e Maria onde Jesus e seus discípulos muitas vezes encontravam guarida, sentavam a mesa, tomavam refeições e retemperavam as forças depois de seu ministério intenso (cf. Jo 12,1-2;). Jesus já tinha dito «quem acolhe uma criança é a mim que acolhe» (Mc 9,37). Este projecto é uma tentativa de viver a proposta evangélica; a segunda referência bíblica é a parábola do pobre e chagado Lázaro que jazia às portar do lambão (Lc 16,19-31). O projecto pretende dar resposta às necessidades dos “Lázaros” (pobres) e não perder a chance de amar como fizera o folgazão e como fazem os actuais abastados e egoístas. Com o nome, o projecto pretende ser, efectivamente, a mesa dos pobres. Pobres são também aqueles que tomaram a iniciativa e servem os mais carenciado, acolhendo-os, assistindo-os, confeccionando as refeições e alimentando-os. Pobres são também todos que colaboram e contribuem de modo diverso neste projecto. É o espírito que vai animar a todos. Este serviço vai ser desempenhado com entusiasmo, por isso, seguimos o lema «há mais alegria em dar do que em receber» (Act 20,35)

ORIGEM DA MESA DE S. LÁZARO

A «Mesa de S. Lázaro» nasceu da consciência e sensibilidade face a vulnerabilidade, isto é, a situação de miséria em escala maior, de má nutrição, de doenças crónicas e orfandade de crianças de Quelimane – Moçambique.Amélia Sampaio, enfermeira e funcionária da Saúde, que todos os dias se confronta com casos arrepiantes de crianças doentes e mal nutridas, por iniciativas pessoal e com próprios recursos acudia esporadicamente as situações extremas de algumas crianças, confeccionando umas papas ou sopas nos Centros de Saúdes onde trabalha.

Em Outubro do ano de 2004, aquando das suas férias em Quelimane, o padre Lázaro Messias de Carvalho – que naquele período desenvolvia acções caritativas, mandando construir ou reabilitar algumas palhotas e dando outras ajudas a velhinhas pobres e desamparadas – numa conversa com a enfermeira e sua irmã Filomena Gomes de Carvalho, funcionária do INAS (Instituto Nacional de Acção Social) inteirou-se da situação das crianças, ficou comovido de tal modo que os três combinaram criar um projecto de ajuda às crianças do Bairro. O projecto arrancou imediatamente com as exíguas ajudas do padre Lázaro.

Quando o padre regressou a Lisboa, onde se encontra a fazer o Doutoramento em Teologia, deu a conhecer o projecto, algumas senhoras começaram a ajudar monetariamente e em roupinhas.